sexta-feira, 11 de março de 2011

Que saudade dilacerante,que me transtorna,que me deixa fora do espaço e de si.
Que aonde estiver esteja nos protegendo,que a sua luz nunca deixe brilhar,pois ela irradia nossas vidas e nossos corações.
Lembro-me perfeitamente da etapa mais fascinante de um ser humano,que é a infância,fase da pureza e inocência,formos felizes,desfrutamos tantos sorrisos,tantas alegrias,tantas e tantas que será impactadas na minha memória. Umas das lágrimas mais verdadeiras que escorrem da minha faceta, e que aquela data 25/04/2004 jamais esquecerei,meu mundo acabou,minhas forças foram embora em poucos instantes,o desejo de ir junto a ti,como seria o presente,o futuro,eram tantos porquês? era tantas incertezas,tanta dor,eram lágrimas tanto interiormente como exteriormente,parecia que tinha ido junto a ti,não conseguia proporcionar o alento necessário aos meus pais,porém o onipotente me refortaleceu e renasci novamente recordar de tudo que pude viver ao teu lado,estamos juntos eternamente no pensamento,na alma e no espírito,unidos pelo amor maternal e fraternal.Recordei-me revendo a notícia na internet e percebi que essa dor será eterna,o tempo cicatriza aos poucos,só o divino para nos conforta e continuar nossa trajetória aqui na terra,e se ele não teve tempo,eu tenho meu tempo agora para conquistar,pois meu anjo Wallace de onde estiver estará me iluminando. E hoje completarias 25 anos de idade,e paro-me reflexiva,o que poderias está fazendo? Podendo ver estampado aquele sorriso lindo e nobre,era o menino homem,a busca de suas conquistas.
Amo-te meu Oce!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Depois de um certo tempo considerável,eu comecei a perceber que a principal característica do amor...é a dependência.
Quando estamos de verdade envolvidos com alguém, nos tornamos dependentes, singular e frágil.Precisamos o tempo todo da companhia do outro, do amor, do carinho, do afeto e da compreensão.
Quando o amor nos flerta,tiramos o tempo livre para pensar, para tentar entender o que é amar...porém sempre é vão.Amar não tem explicação certa, muito menos teoria.É querer gritar "eu te amo" no meio da praça,é beijar teus olhos o tempo todo, é lhe desejar a cada toque,é te admirar de longe e ter vergonha de elogiar, é rir... e rir,é fazer planos para o futuro e realmente acreditar neles...é ser assim, um ser humano irracional e louco.
No entanto, como sempre me questiono, amar é ter aquela gotinha de medo e um oceano de emoção.Além do mais,para mim é acreditar no "pra sempre" e desejar que nossa estória seja infinita, que os nossos planos se realizem,que o nosso amor seja sempre assim colorido e vivo.
Entre esses tempos longos de romance, a inspiração hoje me falha, por simplesmente não ter ideia do que eu não falei, de não conseguir organizar em linhas minha felicidade e minha vontade de te ter comigo.
Enfim, esse longo tempo ainda é muito pouco para nós,já que necessitamos cada vez mais.

sábado, 13 de novembro de 2010

O que faz você feliz?

O amor nos socorre do esquecimento. Retira o poder definitivo da lápide, porque sobrevive na continuidade do que plantamos. Por isso a ausência é lugar de encontro. Basta exercer a força da visão poética, a via que costuma salvar o mundo de seus desesperos e ruínas.
A boa palavra se alimenta de silêncios e pausas. Um grande poema costuma nascer de profundas e fecundas experiências de contemplação da realidade. O poeta, ao enxergar o silêncio do ainda não dito, diante dele se prostra e o experimenta, e somente depois o reveste de palavras.
Não gosto de respostas apressadas. Tenho medo de dizer, sem dizer, afinal, que o que há de mais precioso nesta vida costuma ser vivido e experimentado a partir do silêncio frutuoso.

Maria,Maria!

Costumo dizer que a dor é uma quebra da corda, porque nos retira da segurança. Há acontecimentos que nos fazem mergulhar no absurdo da existência. O absurdo é a ausência de sentido. É o momento da vida em que a alma se sente penetrada e transpassada por uma dor lancinante. É no momento do desespero que experimentamos a nossa humanidade em suas dimensões mais venturosas. A alma transliterada nos faz mergulhar nos recônditos de uma mulher que não vive por acaso. A dor transmudada, redimida, purificada nos calvários da escrita que o ofício poético lhe reservou tem o poder de nos devolver a apetência do sonho. Márcia Maria nos encoraja a enxergar as belezas que se escondem nas tristezas.
Uma música representativa para a minha mãe : ''Maria,Maria"

Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...
É preciso ter sonho, sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quando nos conhecemos, eu não imaginava que nossas almas tivessem raízes comuns. Fomos plantados em solos fertilizados com sofrimento e esperança. Aquela poesia, misturada a alguma tristeza, tornou seus dizeres mais profundos. Seu jeito de falar, sua forma de estar presente, sua capacidade de ouvir amar, tudo isso foi fazendo com que nossa travessia ganhasse um novo sentido. Era com você, que sintia-me livre para errar com minhas verdades provisórias. Com você, não tinho pressa,era tudo tão intenso. O gostar de ouvir suas canções e suas histórias. Faz algum tempo que partilhamos projetos ,dúvidas e incertezas, e era tão bom.
Hoje é véspera de um dia qualquer e estou triste.Acordei nostálgica.Quando escrevi a sua história como um presente em seu aniversário de 24 anos, não tive dúvida quanto ao título: Memórias de um tempo bom. Sua simplicidade falava-me de um Deus que mora na ternura e que acolhe. Sua sabedoria falava-me de um Deus que não julga, mas compreende; que não afasta, mas ama. Seu olhar permitia-me lançar-me em aventuras, ora corretas, ora necessárias à satisfação da minha curiosidade.Ele não está mais aqui comigo. Está em mim, porque trago muito do que ele deixou. Mas ele não me abraça. Não sorri para mim. Não me diz coisas que cicatrizem as minhas feridas. Tenho saudade!Do seu colo, das suas cantigas amadoras.Minha fortaleza partiu para junto de Deus. Eu entendo que estamos aqui de passagem. Tenho fé de que há outro porvir, um lindo céu que nos aguarda, mas isso não retira de mim a saudade que dói.
"A felicidade só deixa de ser utopia quando nos completamos com a inteligência e o afeto do outro."

Vi meu irmão morrendo. Estava ao seu lado. Ele dirigia e contava histórias de um amanhã que não chegou. Cantamos sozinhos naquela tarde tão longa. Nós dois. Eu tinha apenas 15 anos e, por milagre, sobrevivi. Vi seu soluço inconsciente, seu suspiro final. Tentei abraçá-lo, enquanto vozes se aproximavam. Meus braços não se moviam. A dor física era pequena diante da possibilidade da separação. Olhei-o com ternura. Separamo-nos. Meu irmão partia sem ter o direito de se despedir. Sem dizer o que gostaria que fizéssemos por ele. Apenas partiu. Minha mãe vestiu-se de preto por algum tempo. As sombras tomavam seu semblante, e gritos de dor eram entremeados por dias de silêncio. Meu pai era só silêncio. Em suas orações, lágrimas solitárias pediam a Deus que acolhesse o fruto do seu amor. A morte nunca tinha estado tão perto de mim. Acho que não pensava muito nela. Nos dias em que fiquei engessada, tentando recompor partes quebradas do meu corpo, quebrei-me em perguntas sem respostas. Por que ele partira e eu ficara? Era tantos porques? e nada de respostas.Chorei a certeza de não mais ouvir suas anedotas singelas e suas histórias . Fazia arte com simplicidade.

Dormíamos no mesmo quarto, e ele fazia-se de forte, investigando todos os lugares onde poderia haver algum perigo capaz de nos atingir. Sorria quando, depois de certo suspense, comunicava que nem debaixo da cama, nem atrás das cortinas, havia monstros ou figuras semelhantes. Podíamos dormir em paz. Era carinhoso. Irreverente. E gostava de viver.Sua alegria pura, sua ingenuidade de uma infância sem fim!Sorria sem economia.
Irmão que partiu prematuramente. Irmão que continua presentes na capacidade que tenho de pensar nele.